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Foto: Eric Queiroz |
Com imagens do fotógrafo Gabriel Flores, o livro oferece uma imersão visual e analítica sobre a região das Guianas, um complexo regional formado por Guiana Francesa (França), Suriname, República da Guiana e partes da Venezuela e Brasil. Além da diversidade de países, a região é delimitada pelos importantes rios Orinoco e Amazonas, formando um território da Amazônia ainda pouco explorada pelas ciências humanas.
Com sete anos de expedições e pesquisas, o livro documenta as interações fronteiriças, as tradições e singularidades dessas sociedades. Com essa obra, o leitor poderá conhecer a região das Guianas em detalhes, mesmo que ainda não tenha ido lá, por meio de imagens e textos que revelam suas dinâmicas e sua importância no contexto global, sul-americano e amazônico.
O lançamento do livro, ocorrido no último dia 20 de dezembro no auditório Campos do Laguinho – Sebrae, em Amapá/AP, contou com a presença de diversas personalidades da cultura, incluindo o músico Nonato Leal e o poeta Joãzinho Gomes. A obra foi elogiada por sua abordagem detalhada e visual. Segundo Clícia Vieira Di Miceli, a obra é uma celebração da história e da cultura amazônica, destacando a importância de preservar a floresta e respeitar as demandas dos povos tradicionais.
“Região das Guianas: Território, História e Cultura” é mais do que um simples livro; é um legado para a literatura amapaense e uma contribuição valiosa para o entendimento das relações internacionais e da biodiversidade da Amazônia. A obra promete ser uma referência importante para pesquisadores, estudantes e todos aqueles interessados na história e cultura da região.
Clícia Vieira Di Miceli é geógrafa formada pela Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) e atua como professora efetiva na Secretaria Estadual de Educação do Amapá (SEED). É mestra em Estudos de Fronteira pelo Programa de Pós-graduação em Estudos de Fronteira (PPGEF) da UNIFAP. É produtora cultural, atualmente se dedicando à política cultural na gestão pública do estado do Amapá. Entre suas produções, destaca-se o documentário InterAMAZÔNIAS - uma fronteira musical, que aborda a relação entre a Guiana Francesa e o Amapá por meio da música.
Gutemberg de Vilhena Silva é geógrafo e docente do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas (DFCH) da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), atuando no colegiado de Relações Internacionais. Atuando nos programas de pós-graduação: Mestrado Profissiônal em Estudos Fronteiriços (PPGEF-UNIFAP), Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação (PROFNIT-UNIFAP) e Doutorado em Políticas Públicas na Universidade Estadual do Ceará (PPGPP-UECE). É bolsista de produtividade tecnológica do CNPq e coordena o Grupo de Pesquisa Políticas Territoriais e Desenvolvimento.
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Foto: Eric Queiroz |

Livro “Região das Guianas” marca legado na literatura amapaense, explorando a história e cultura transfronteiriça
Por: J. B. Novare Em: domingo, 5 de janeiro de 2025
Neste dia 20 de novembro, o Brasil celebra o Dia da Consciência Negra, uma data dedicada à reflexão sobre a importância da cultura, da história e das lutas do povo negro. Em homenagem a esse momento de valorização e reconhecimento, a editora Colli Books Editora preparou uma seleção especial de livros que abordam temas relevantes para a construção de uma sociedade mais inclusiva e consciente.
Para aqueles que buscam expandir seus horizontes e aprofundar o conhecimento sobre questões raciais e culturais, essa seleção é uma oportunidade imperdível. No mês da Consciência Negra, a leitura se torna uma ponte para o entendimento e o respeito às diferenças. A seguir, apresentamos cinco títulos publicados e selecionados pela Colli Books Editora, quais trazem leituras ricas em conhecimentos acerca das igualdades raciais.
Entre os títulos selecionados está “Berta e Nina”, de Isa Colli. O livro conta a história da menina Berta e sua boneca Nina. Apesar de suas diferenças, elas constroem uma amizade especial. A obra reforça valores de respeito e diversidade, essenciais para uma convivência harmoniosa.
“Notas de Escurecimento - Contos de Escrevivência”, de Plínio Camillo, é uma coletânea de contos que explora o conceito de “escrevivência”, trazendo a vivência e a resistência negra em cada página. É um convite à reflexão sobre identidade e pertencimento.
Na obra “As Aventuras de Aduke – Origens”, a escritora Eliane Benício narra a jornada de uma heroína negra, Aduke, que desbrava suas raízes e descobre a força de suas origens. A publicação é um livro envolvente e educativo, dedicado especial ao público jovem.
Anete Lacerda, em seu livro “E se Fosse Você?”, narra a história de Lili, uma criança que enfrenta o bullying e o preconceito na escola devido à sua cor de pele e ao peso. Destacando a gravidade do racismo e da gordofobia, promovendo a conscientização através da história cativante da protagonista.
“Voa, Menina!”, de Ingrid Macieira é outro livro indicado pela Colli Books. A obra traz uma história inspiradora que incentiva jovens meninas a acreditarem no próprio potencial e a enfrentarem os desafios com coragem, destacando a importância da autoestima e da representatividade.
“Esses títulos são mais do que livros: são ferramentas de conscientização que trazem à tona histórias e vozes que muitas vezes são silenciadas. Ao destacar essas obras, a editora Colli Books reafirma o compromisso com a diversidade e o incentivo à leitura como forma de transformação social”, ressalta Isa Colli, que além de escritora, é CEO da Colli Books.
Fundada em 2018 em Brasília/DF, a Colli Books é uma editora independente, com foco na literatura infantojuvenil, com trabalho pedagógico direcionado às escolas, embora também ofereça livros para o público adulto, incluindo ficção, romances e poemas. Além de ser comprometida com a inclusão, a cultura e a educação.
Com um time de autores talentosos e um catálogo diversificado, que oferece livros com histórias emocionantes, divertidas, curiosas e repletas de conhecimento, a editora acredita no poder da leitura como instrumento para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Livros que inspiram: editora infantojuvenil seleciona cinco obras essenciais para o mês da Consciência Negra
Por: J. B. Novare Em: domingo, 1 de dezembro de 2024
A ser lançado no próximo dia 6 de dezembro em Ponta Grossa - PR, “Cabeça de Balaio”, novo livro do escritor Kleber Bordinhão, reúne várias poesias, crônicas e contos escritos durante o isolamento social da pandemia de Covid-19. Na obra, o autor faz uma abordagem crítica e bem-humorada, e reflete sobre os desafios, as descobertas e os momentos de introspecção forçada que marcaram esse período. Publicado pela Editora Litteralux, o livro conta com cerca de 94 páginas e o seu lançamento oficial acontecerá a partir das 19h30 no SESC Estação Saudade (R. Fernandes Pinheiro, 77 – Centro), com entrada gratuita.
“Cabeça de Balaio” é um livro que reúne 55 textos, entre poemas, crônicas e contos, que mergulham nas minhas experiências nos meses de isolamento durante a pandemia de covid-19. Entre ironias e insights pretensiosamente profundos, oferece uma visão pessoal das transformações emocionais e sociais que o confinamento nos trouxe, criando uma conexão universal com aqueles que também viveram a solitude e as incertezas desses tempos.
“Esse é o meu 7º livro, o 4º lançado pela Editora Litteralux. Com uma equipe sempre atenciosa e competente, é uma editora que recomendo sem asteriscos. O prefácio e a revisão são do escritor e amigo Ramon Ronchi. Cheio de piadas internas e elogios generosos frutos de uma amizade de mais de 14 anos”, escreveu Bordinhão em uma publicação no seu Instagram.
Os primeiros exemplares do livro físico já estão disponíveis com o autor e pela loja online da Editora Litteralux, por cerca de R$ 44,00. Além de serem encontrados também em alguns marketplaces e plataformas online, como Casas Bahia, Americanas e Um Livro.
Outro evento de lançamento da obra está agendado para o dia 21 de dezembro, no Phono Pub (R. Dr. Penteado de Almeida, 158 - Centro), a partir das 18h, com a participação da banda A Coisa.
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Foto: Nicolas Salazar |
Kleber Bordinhão nasceu em Ponta Grossa-PR. É autor de livros de poesias e crônicas. Foi premiado em concursos nacionais e regionais de poesia, participando também como avaliador. Tendo destaque no segundo lugar do concurso nacional “TOC 140 – Poesia no Twitter”, realizado pela Festa Literária Internacional de Pernambuco em 2011. Autor da exposição de haicais “Máximas do mínimo”, em parceria com o SESC - PR (2011). Além disso, possui vários poemas musicados, entre eles “Ode ao Ade”, premiado como melhor música da etapa regional do 26º Festival Universitário da Canção (2013), conquistando também o terceiro lugar da etapa nacional. Participou de 5 edições da Semana Literária do SESC - PR (2015, 2018, 2019, 2023 e 2024), ministrando oficinas e participando de mesas. Seu último foi em 2019, com a obra “Por Extenso”, uma coletânea de crônicas publicadas no jornal ponta-grossense Diário dos Campos, entre 2018 e 2019.
Abertas as inscrições para novos escritores participarem do Prêmio Myriam Fraga, promovido pela Fundação Casa de Jorge Amado. Poderá participar qualquer cidadão maior de 18 anos, sendo ele brasileiro residente, ou estrangeiro que tenha residência fixa comprovada no Brasil, e que não tenha ainda publicado nenhum livro. Serão aceitos textos escritos em língua portuguesa em duas categorias distintas: ficção e poesia. O prazo paras as inscrições vão até o dia 9 de dezembro.
O Prêmio Myriam Fraga para Autores Inéditos contemplará três autores, que serão selecionados por uma comissão julgadora e, a título de direitos autorais, receberão uma premiação em dinheiro no valor de R$ 4 mil e, além de terem 300 exemplares dos seus livros, publicados editado pela Casa de Palavras, braço editorial da Fundação Casa de Jorge Amado. Além de assinarem termos de permissão/cessão da exclusividade da publicação dos textos à fundação e à editora, válidos por cinco anos. Também poderão ser convidados a participar da Festa Literária Internacional do Pelourinho (FLIPELÔ) e de outros eventos indicados pela instituição cultural.
O texto a ser inscrito deverá ser inédito, ou seja, não ter sido publicado em nenhum meio editorial, integral ou parcialmente, seja impresso ou digital. As inscrições podem ser feitas, unicamente pelo formulário disponível no site da Fundação Casa de Jorge Amado (clique aqui), no qual deverão ser inseridos os dados e anexado o arquivo com o texto, até às 23h59 do dia 9 de dezembro de 2024, considerando o fuso horário de Brasília. O resultando da seleção tem previsão de ser divulgado em até 6 meses após o encerramento das inscrições.
O Prêmio é uma homenagem, in memoriam, à poeta, jornalista e escritora Myriam Fraga, que ocupou a cadeira de número 13 da Academia de Letras da Bahia (ALB) e foi diretora executiva da Fundação Casa de Jorge Amado desde sua instituição, em julho de 1986, até fevereiro de 2016. A escritora sempre desenvolveu projetos voltados a autores inéditos. Em 1997, realizou o primeiro prêmio da Fundação Casa de Jorge Amado voltado a esse público. Hoje, a iniciativa tem continuidade com o prêmio que leva seu nome.
Racismo, etarismo, fé e novas tecnologias são alguns dos temas de “E por falar em memórias...”, livro infantojuvenil que faz um convite à emoção através de um encontro de gerações protagonizado por Vô Venancinho e o adolescente Rico. A obra é da escritora e jornalista Regiane Jesus e será lançada no próximo dia 23 de novembro, no Centro da Música Carioca Artur da Távola, na capital Rio de Janeiro.
“E por falar em memórias...”, é a terceira obra literária da jornalista e será lançado no próximo dia 23 de novembro no, Centro da Música Carioca Artur da Távola, na Tijuca, a partir das 15h. O livro propõe conexões entre passado e presente para construir um futuro sem preconceitos e desigualdades.
Passagens históricas, pessoais e coletivas, se misturam no livro. Em um bate-papo fraterno, emocionado e bem-humorado, Vô Venancinho conversa com o neto, Rico, ao mesmo tempo em que se conecta, em total sintonia com o adolescente, sobre temas ancestrais, atuais, urgentes e necessários, como racismo, intolerância religiosa, etarismo, amizade, machismo, desigualdade social, democracia e novas tecnologias.
“Esse livro surgiu a partir de um incômodo, que é a questão do racismo no Brasil. Mas logo me veio a ideia de imaginar como seriam as conversas de um avô e um neto sobre temas sociais, comportamentais, que impactam a sociedade desde que o mundo é mundo. Assim nasceu E por falar em memórias.... Um livro leve, divertido e emocionante, que traz para as suas páginas passagens da história nacional, lembranças do Vô Venancinho, troca de experiências geracionais e muito mais. E por falar em memórias... é, sobretudo, uma história de amor”, comenta a autora.
Os encontros entre avô e neto, que acontecem na Quinta da Boa Vista, no Paço Imperial e no Museu da República, testemunhas cariocas de marcos da história do Brasil, promovem também um resgate de recordações da juventude de Vô Venancinho, vivida em Salvador, Bahia. As lembranças de infância deste herói real, sem superpoderes, passam pelo carnaval baiano, a criação do trio elétrico em um subúrbio da capital, e de como era bom se divertir ao lado das suas duas amigas inseparáveis, Nina e Nonô. Uma tradicional escola de samba do Rio de Janeiro, a Portela, é a primeira paixão carioca, de carnaval, do simpático e sábio “Vô”.
A dupla Vô Venancinho e Rico, em suas animadas conversas sobre vivências próprias e ancestrais, joga um jogo de aprende e ensina, em um irresistível encontro de gerações. “A cultura é o pano de fundo do livro, que recorda canções que atravessam gerações, lembra a chegada do rádio e do biquíni ao Brasil, além de apresentar aos mais novos, com muito humor, o ‘orelhão’, telefone público que já virou peça de museu. O bate-papo dos protagonistas com suas diferenças e semelhanças é uma deliciosa troca de experiências”, afirma a autora.
O infantojuvenil é um convite aos jovens leitores e leitoras para que, a partir do passeio histórico protagonizado por Vô Venancinho e Rico, façam as suas próprias conexões entre ontem e hoje para construir no amanhã um mundo sem preconceitos e com igualdade de oportunidades para que todos e todas possam ser personagens principais.
Regiane Jesus é jornalista desde 1998. Ao longo da sua carreira, foi repórter dos jornais O Globo, Extra e O Dia. Na Rádio Globo, ocupou o cargo de produtora-executiva. Em janeiro de 2024, foi contratada como assessora-chefe da Comunicação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ). Neste ano de 2024, concluirá a graduação de Licenciatura em História, na Universidade Veiga de Almeida. É autora dos livros "Eles também são fãs" e “Rico, um menino muito rico”.
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Foto: Bia Assad |
No livro, as autoras criam narrativas que assustam e intrigam na mesma proporção. “Uma mulher acha um dedo na praia. Um homem em situação de rua agoniza na calçada. Uma menina tem certeza de que sua mãe foi trocada por outra. Um herdeiro escravocrata enlouquece com espíritos do passado. Uma criança brinca com a amiga sem saber que já morreu.”, essas são algumas das inquietantes histórias contidas nesta coletânea.
“O dia escuro” é um degrau a mais para levar o debate sobre terror latino-americano a um novo patamar. Com textos que causam medo, angústia, repulsa ou assombro, o livro possui como único ponto comum o fato de ter sido escrito somente por mulheres.
A obra reúne contos das escritoras Amara Moira, Ana Rüsche, Andréa del Fuego, Carola Saavedra, Cidinha da Silva, Dia Nobre, Eliana Alves Cruz, Fabiane Guimarães, Flavia Stefani, Jarid Arraes, Laís Romero, Lygia Fagundes Telles, Marcela Dantés, Maria Valéria Rezende, Mariana Salomão Carrara, Micheliny Verunschk, Natalia Borges Polesso, Natércia Pontes, Socorro Acioli e Trudruá Dorrico.
Fabiane Secches, uma das organizadoras da obra, revelou em entrevista ao Estado de Minas que a inspiração para o livro vem de grandes nomes da literatura brasileira, como Lygia Fagundes Telles. Ela destacou que o terror pode ser uma ferramenta poderosa para explorar temas sociais e psicológicos, algo que Telles também fazia com maestria.
Como prova do talento das escritoras brasileiras, o livro surge como um exemplo a mais para fortalecer o mercado literário, do qual se percebe a capacidade gigantesca das autoras de criar histórias que são, ao mesmo tempo, assustadoras e profundamente humanas. A mistura de elementos fantásticos com o terror cotidiano é um dos pontos altos do livro, tornando-o uma boa indicação para os fãs do gênero e que desejam entender o novo rumo do terror na literatura brasileira.
Em uma situação inusitada, o escritor brasileiro Julián Fuks cometeu um “erro” ao responder uma questão do Enem, que trazia um trecho do seu livro “A Resistência”, publicado em 2015 pela Companhia das Letras. A questão, que fazia referência ao livro, foi respondida de forma “incorreta” pelo autor, o que gerou uma onda de comentários nas redes sociais e entre estudantes.
Julián Fuks foi pego de surpresa nesta última semana, ao ser informado de que o trecho de um dos seus livros foi parar em uma questão do Enem deste ano. “Nem preciso dizer quanto me senti lisonjeado ao ver um livro meu virando pergunta no Enem. Susto, satisfação, alegria, estranhamento, tudo isso compôs com graça a experiência... A pergunta é difícil, intrincada, incerta. Eu mesmo não saberia explicar com toda convicção o que há por trás dessas reflexões do meu narrador”, escreveu em seu Instagram, no último dia 4 de novembro.
Em outra publicação, Fuks comentou: “Desde o fim da tarde de domingo começavam a pulular as mensagens, simpáticas, festivas, até eufóricas. Havia caído uma pergunta sobre meu livro A resistência no Enem e os amigos se apressavam em me dar a notícia, em alardear que quatro milhões de pessoas haviam sido expostas no mesmo instante a um parágrafo meu, e que aquilo era motivo de grande honra. Senti de fato essa alegria vaidosa que jamais deveria render uma crônica. Mas senti também um súbito e inegável receio de que falhasse a minha comunicação com aqueles quatro milhões de jovens, que naquela tensa situação de prova poderiam odiar minhas abstrações, meus adjetivos excessivos, meus significados esquivos, minha sintaxe sinuosa demais”.
“O receio se agravou quando enfim bati os olhos naquela questão 29 e me vi perdido entre suas opções de resposta, quase todas razoavelmente exatas, quase todas à sua maneira, próximas do que eu desejara dizer naquela passagem. Não costumo me sair mal em provas; como é necessário em tempo hábil formar convicção por uma resposta, escolhi a alternativa que me pareceu mais adequada e já me pus a esclarecer quem me consultasse, a D era a resposta certa. Não foi uma surpresa absoluta quando começaram a despontar os gabaritos revelando o meu vexame: eu havia errado uma pergunta sobre as intenções do narrador da minha própria obra”, continuou.
O episódio gerou uma discussão sobre a importância de estar atento e preparado, mesmo para aqueles que já possuem um alto nível de conhecimento sobre o assunto. Além disso, o autor destacou a vulnerabilidade humana, mesmo entre profissionais renomados: “Não costumo me sair mal em provas; como é necessário em tempo hábil formar convicção por uma resposta, escolhi a alternativa que me pareceu mais adequada e já me pus a esclarecer quem me consultasse, a D era a resposta certa. Não foi uma surpresa absoluta quando começaram a despontar os gabaritos revelando o meu vexame: eu havia errado uma pergunta sobre as intenções do narrador da minha própria obra”, escreveu em sua coluna no Ecoa (UOL).
“Ali eu chegava enfim a entender por que meu erro no Enem, ou por que o erro do Enem, não me causava nem espanto nem choque. Estávamos apenas diante de mais uma manifestação da literatura em sua complexidade, em sua infinita nuance, em sua natureza insondável. Não se espere da literatura, nem das mensagens dos escritores, nem das interpretações dos críticos, nem das deduções dos examinadores, nenhum tipo de exatidão. Essa expectativa é de todo contrária à vocação da literatura, que é mais rica e mais veraz quanto mais ambígua se mostrar, quanto mais resistente a reduções simplistas. É assim que ela continua a suscitar suas infindáveis perguntas, que podem muito bem ajudar a compor os exames nacionais, ainda que delas em última instância ninguém consiga depurar respostas corretas, nem mesmo os seus autores”, desabafa.
O próprio escritor reconheceu o erro, admitindo que foi um momento de desconforto. Ele destacou que, apesar de sua experiência e conhecimento sobre o livro, a pressão do exame pode ter contribuído para o erro. “Eis a lição que a literatura tem a oferecer nesses sinuosos domínios do conhecimento: num mundo cioso demais de suas verdades, é a lição da dúvida irreparável, a lição do imperscrutável, do indefinível”, finaliza.
A obra “A Resistência” traz a história de uma família de intelectuais argentinos que vieram para o Brasil após o golpe militar na Argentina em 1976. Adotam uma criança e, posteriormente, têm outros filhos biológicos. A intrincada relação familiar é observada por Sebástian, o irmão caçula, que, ao compreender a história de seus pais e as emoções de seu irmão adotivo, procura reescrever essa narrativa familiar.
Julián Fuks nasceu em São Paulo, em 1981. É autor de “A procura do romance”, “Histórias de literatura e cegueira”, ambos finalistas dos prêmios Jabuti e Portugal Telecom, e dos romances “A resistência”, traduzido para cinco línguas e vencedor dos prêmios Jabuti de Livro do Ano de Ficção e Melhor Romance (2016), Prêmio Literário José Saramago (2017) e o Prêmio Anna Seghers (2018), e “A ocupação”, finalista dos prêmios São Paulo de Literatura e Oceanos (2020). O escritor foi eleito pela revista Granta um dos “melhores jovens escritores brasileiros”.
“Você é o que você sente” é mais um livro de poesias da escritora e advogada paranaense Rafaela Aiex Parra. A obra, que está em sua segunda edição, reúne 40 poesias sobre as ideias, pensamentos e experiências da autora. O evento de lançamento está previsto para o dia 26 de novembro, a partir das 19h30, no espaço multicultural Honey Vox (Avenida Iguaçu, 540), em Curitiba/PR.
Parra, que além de advogada é uma apaixonada pela escrita e compartilha em seu novo livro uma coleção de poesias que exploram as profundezas das emoções humanas. Acreditando que a poesia é uma forma poderosa de expressar sentimentos e conectar-se com os leitores em um nível mais profundo.
Nesse novo livro, Rafaela sugere que o público conheça o seu outro lado, e comenta: “A ideia é que as pessoas possam conhecer a outra Rafaela, a que escreve poesia. Não a Rafaela advogada do agronegócio. Essa outra Rafa é mais leve, não tão séria, mais desprendida”.
Com essa segunda edição de “Você é o que você sente”, Rafaela consolida-se como uma voz importante na literatura paranaense, mostrando que a poesia ainda tem um lugar especial no coração dos leitores. O livro já está disponível em pré-venda pelo site da Editora ESGlaw por cerca de R$ 130,00 (clique aqui).
Rafaela Aiex Parra nasceu em Londrina/PR, e suas inspirações na literatura são os autores Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Clarice Lispector, além de filósofos clássicos. A escritora é Doutoranda em Direito, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), e Mestre em Direito Negocial, pela Universidade Estadual de Londrina (UEL).
Em um país onde a história da escravidão ainda reverbera nas estruturas sociais, o livro-reportagem “O Grito dos Quilombos: Histórias de Resistência de um Brasil Silenciado” (Todavia, 2024) emerge como uma obra essencial para a compreensão das lutas e resistências dos quilombolas ao longo dos séculos. Escrito por Tayguara Ribeiro e Marina Lourenço, o livro será lançado neste sábado (9), a partir das 16h, no espaço Bananal Arte e Cultura, na capital São Paulo.
Através de uma pesquisa meticulosa e relatos emocionantes , a obra narra a trajetória de diversas comunidades quilombolas, desde a formação dos primeiros quilombos até os desafios enfrentados nos dias atuais. Nela, os autores trazem à tona histórias que foram silenciadas pela historiografia oficial. “É impossível entender o Brasil sem entender a escravidão”, comentou Tayguara Ribeiro durante participação na Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP).
Além de resgatar a memória histórica, o livro também aborda questões contemporâneas, como a luta pela terra e os direitos das comunidades quilombolas. “O Grito dos Quilombos” destaca a resistência contínua dessas comunidades contra a marginalização e a violência, oferecendo uma visão crítica sobre as políticas públicas e a justiça social no Brasil.
No livro, os jornalistas traçam um panorama dos povos quilombolas a partir de viagens realizadas por oito estados do Norte ao Sul do Brasil, compondo um mosaico de histórias e relatos de moradores de quilombos que vão na contramão da subnotificação e resistem ao apagamento de suas comunidades, cultura e pertencimento. De comunidades descendentes de Zumbi dos Palmares a territórios urbanos, cada um desses quilombos traz seus próprios personagens, que contam suas histórias e vivências, abrindo generosamente seu mundo.
A aceitação crítica ao livro tem sido largamente positiva. Leitores elogiam a profundidade da pesquisa e a narrativa envolvente dos autores. “É essencial contar a história e ouvir as pessoas hoje nesses espaços de resistência e bastiões do orgulho negro”, enfatizam os autores.
“Um tempo que nunca acaba, e que está em constante mudança: esse é o quilombo que grita no livro de Marina Lourenço e Tayguara Ribeiro. Aqui somos convidados a mergulhar num lençol freático de águas profundas e, por vezes, turvas de histórias vividas e escritas a contrapelo. Histórias do hoje e do agora, mas que também tratam de um passado que persiste e de uma resistência quilombola que tem o tamanho do Brasil”, escreve na capa do livro a escritora e historiadora Ynaê Lopes dos Santos.
Marina Lourenço é jornalista formada pela Cásper Líbero. Tem passagens pelos veículos Carta Capital, Agência Pública, Folha de S.Paulo e G1, cobrindo principalmente música, moda e negritude. Foi também apresentadora e roteirista dos podcasts “Expresso Ilustrada” e “Mussum, o Podcastis”.
Tayguara Ribeiro é jornalista pós-graduado em políticas e relações internacionais. Já atuou em veículos como Folha de S.Paulo, Agora SP, Diário de São Paulo, Brasil de Fato e Rádio 2. Tem afinidade com temas ligados a políticas públicas, direitos humanos e meio ambiente e foi mentor em projetos da DW Akademie e bolsista do Pulitzer Center.
“O Grito dos Quilombos: Histórias de Resistência de um Brasil Silenciado” conta com aproximadamente 264 páginas e já está disponível para venda em diversas livrarias e plataformas online, incluindo Amazon e Todavia Livros. O valor varia entre R$ 67,00 e R$ 80,00.
No final de outubro e início de novembro, cidades como Barra do Garças e Cuiabá, no Mato Grosso, foram palco para o lançamento do livro “Cidades Invisíveis: Minha Versão do Caso Fawcett”, da escritora italiana Margherita Detomas. Os eventos de apresentação do livro reuniram diversos entusiastas da literatura e da história, para conferir a obra que reimagina a história do explorador britânico Percy Fawcett, famoso por suas expedições na Amazônia em busca da Cidade Perdida de Z.
A obra de Margherita promete cativar leitores com sua mistura de realidade e ficção, mantendo viva a memória de Percy Fawcett e suas lendárias expedições. No decorrer das páginas, a autora traz em seu trabalho uma nova perspectiva sobre a vida e as aventuras do explorador, misturando fatos históricos com elementos de ficção para criar uma narrativa envolvente e instigante.
Na Itália, o livro já conquistou o status de best-seller, e em razão de sua ligação com as terras mato-grossenses, a autora fez questão de realizar o lançamento na capital Cuiabá. “Recebi a possibilidade lançar o meu livro aqui na ALMT com o apoio da deputada Janaína Riva e de outros deputados. Para mim é uma honra, me sinto emocionada e isso está mexendo com o meu coração. A obra tem 380 páginas, sendo 20 somente de referências”, contou Margherita Detomas durante o evento na Assembleia Legislativa do Mato Grosso (ALMT), nesta última quinta-feira (7).
A recepção ao livro foi extremamente positiva, com muitos leitores elogiando a habilidade de Margherita em trazer à vida a figura de Fawcett e suas aventuras. Os eventos de lançamento foram marcados por sessões de autógrafos, palestras e debates sobre a obra e a importância de Fawcett na história da exploração amazônica.
O sucesso do lançamento na Academia de Letras de Barra do Garças (ALCARTES), por exemplo, reflete o interesse contínuo pelo legado do explorador e a fascinação pelas histórias de mistério e descoberta na Amazônia. Na ALMT o lançamento contou com a presença de autoridades locais e membros da comunidade literária, que destacaram a relevância cultural do livro para a região.
Margherita Detomas é jornalista da Rádio Televisione Italiana, com sede em Bolzano. Ela também é escritora e documentarista. Em 1999 desenvolveu o ensaio histórico “Il Trentino”, para as edições Quadratum. Apaixonada por exploração, Arqueologia e culturas do passado, Detomas publicou diversas reportagens em revistas especializadas. Formada em Letras e Filosofia, com tese de pesquisa em Antropologia. É membro Acadêmico do Grupo Italiano Scrittori Di Montagna (GISM), da Sociedade Geográfica Italiana (SGI), da Royal Geographical Society (RGS), de Londres. Desde outubro de 2021 é correspondente Internacional do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Brasil (IHGSP). Após vinte anos de pesquisas na área antropológica e arqueológica, foi agraciada com a cidadania honorária de Barra do Garças (MT).
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